Incubadora
As ações de incubação consistem em um conjunto de medidas estratégicas voltadas ao apoio de empreendimentos em estágio inicial. Elas envolvem suporte técnico, orientação gerencial, capacitações, acesso a redes de contato e infraestrutura compartilhada, com o objetivo de aumentar as chances de sucesso e sustentabilidade das iniciativas incubadas. As principais atividades de incubação são: acompanhamento dos empreendimentos sob um olhar técnico, auxilio gerencial, administrativo e jurídico, percepção de possíveis falhas e outros setores afins. A incubação deve manter e incentivar sempre a autonomia dos atores sociais envolvidos, fazendo com que os empreendimentos se tornem autossustentáveis e proporcionando-lhes um meio de obtenção de renda.
Para fins de rastreabilidade, as ações de incubação devem ser registradas de forma sistemática, incluindo dados sobre mentorias, investimentos recebidos, resultados alcançados e evolução dos modelos de negócio. Essa documentação permite avaliar o impacto das ações e identificar boas práticas para replicação em outras iniciativas.
Entre as principais ações destacam-se: diagnóstico empresarial inicial, definição de metas de desempenho, acompanhamento técnico regular, inserção em redes de inovação, assessoria jurídica e contábil, e apoio na captação de recursos. Essas ações contribuem diretamente para a estruturação e validação do negócio incubado.
O movimento de criação de incubadoras de empresas de base tecnológica já possui uma considerável trajetória no Brasil. A Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), criada em 1987, congrega quase 300 dessas incubadoras, vinculadas a universidades, parques tecnológicos e outras instâncias voltadas à inovação. Em meados da década de 1990, a partir de experiências pioneiras da Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ) e depois da Universidade Federal do Rio de Janeiro começaram a ser criada incubadoras de empreendimentos econômicos solidários para atender à população mais excluída, em situação de desemprego ou trabalho precário. Atualmente há cerca de 100 incubadoras desse tipo no país, ligadas a universidades públicas. Esse grupo se articula em duas redes nacionais: a Rede de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares e a Rede Unitrabalho. A partir da criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária, no início dos anos 2000, começaram a surgir incubadoras públicas de empreendimentos solidários vinculadas a prefeituras e governos estaduais. Esse grupo se integrou à Rede de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária, criada em 2005.